[Coimbra da Saudade]


 Não é à toa que eu vim morar aqui, como nada nessa vida é aleatório.

E não é à toa que uma série de acontecimentos me levou a, sem saber que era exatamente esse momento, eu me despedir de uma das amigas que fiz nesta casa onde moro hoje, agora. As pessoas foram embora, uma a uma. Hoje, foi a última. A penúltima, muito querida, foi sábado, eu não estava aqui. Eu não queria fazer um big deal sobre isso, eu fingi que era qualquer coisa, mas não é. Tudo isso está conectado com o que eu sinto nesse momento, em vários âmbitos da vida. Minutos antes tinha assistido a um vídeo que falava também sobre o fato de a vida ser sentir falta das coisas. E isso também tem relação comigo morando agora numa cidade que sempre tem a saudade ligada a ela. É como se minha vida me empurrasse para o que eu mais sinto quando as coisas mudam: apego, medo da mudança. Pois aqui, tudo muda o tempo todo, como na vida tudo muda. É só uma mini simulação do simulacre (alô, minha musa Potyguara, que inclusive me foi mostrada por uma das pessoas das quais me despedi).  

 

Vai, já, já, chegar a hora de eu ir também. E eu só me dei conta de verdade disso nos últimos dias, e só fiz o movimento de aceitar isso hoje. Eu vivo no movimento de negar e aceitar. Quanto mais eu nego, mais eu sofro. Agora, tá tudo precisando ser decidido ao mesmo tempo. Ir embora, ficar, continuar no trabalho, buscar outro, escolher onde concentrar minha energia, amadurecer, de que forma? Eu vim pra cá e vim morar com gente bem mais nova que eu. Pois; aprendi muito com esse pessoal, cada uma das pessoas, à sua maneira. Agora, escolho o próximo passo.

 

Esse papo seu já tá de manhã, minha cabeça e meu coração nos Palácios Confusos.

 

Trilha sonora pra você ler isso: Qualquer coisa, Caetano Veloso.

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