12 de abril

Me perguntei hoje porque achava que era uma data especial; não consegui lembrar do aniversário de ninguém. Fiquei futucando dentro de mim. 12 de abril era nossa data, era, ou ainda é. E desde 2013 se tornou um dia muito especial. Escolhemos o dia de nossa intimidade, dentre outras datas possíveis, mas essa ficou pra mim. Alguns anos depois, 12 de abril também calhou de ser a data de defesa da minha dissertação do mestrado, e foi um dia muito especial, de apresentação de um trabalho de quase 2 anos. Hoje então 'celebro' dois anos desde esse dia. Naquele 12 de abril, era uma sexta-feira, minha banca foi à tarde e depois dela eu saí com alguns amigos, e você foi pra casa, porque já tinha um tempo que não gostava mais da noite em Salvador. Nos anos anteriores, inclusive, eu saí muito mais com seu irmão do que com você. E assim nos ajeitamos. E assim continuamos. Hoje eu estou do outro lado do oceano. Você continua aí, com o animalzinho que escolhemos chamar de filho. Ontem você me lembrou de como eu falto com a minha palavra. Eu fiquei triste, mas aceitei. Eu demoro a resolver as coisas, eu levo com a barriga. Me fez sentir como se nosso bicho fosse um estorvo, um peso. Eu sei que talvez não fosse isso que você queria dizer. Você só estava chateado, como deve ainda estar, comigo. Decepcionado, porque eu não soube cumprir com a minha palavra não só nisso, mas em outras coisas bem importantes. Eu fui embora, e eu não voltei. A distância física me abalou, diferentemente de como abalou você. O medo que eu tinha de você encontrar outra pessoa, acabou virando algo que eu mesma fiz e deixei abalar nossa relação. E nessa confusão, eu acabei com a gente, porque eu precisava mesmo era de mim, era de me entender. 

Nessa vida eu não sei mais quantos 12 de abril eu viverei, nem o que seremos um pro outro. Eu só espero que todo o aprendizado que tivemos com a vida um junto ao outro não amargue na boca, que ele seja digerido docemente. 

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